sábado, 18 de dezembro de 2010

Jiu Jitsu para mulheres

    Com fama de agressivo, o Jiu-jítsu espanta um pouco o público feminino e as pessoas fora de forma. Contudo, o professor Murilo Santana (foto), da academia Fórmula, garante que isso é um mito. "Ele desenvolve o controle da agressividade e das emoções, ao contrário do que todo mundo imagina", esclarece Murilo. "É um esporte gostoso de praticar, mas não é bonito de assistir. Assim, para quem não conhece, dá a impressão de violência", explica ele, acrescentando que a atividade não é de apresentação para o público. "Uma coisa eu garanto: quem faz Jiu-jítsu entra em forma". Uma boa dica para começar é levar um amigo. Vocês aprendem juntos, não se machucam e emagrecem. A aluna Barrie Louise Habka (foto), de 19 anos, pratica há três e tornou-se campeã. "Eu não tinha formas, agora, meu corpo mudou. Fora isso, é bom de lutar e não tem nada de pesado ou voltado para a briga. É de paz", resume a atleta.
Muita gente tem vontade de começar a praticar um esporte, mas fica em dúvida no momento da escolha. Dentre tantas opções, as artes marciais são consideradas as mais completas, levando o praticante a obter benefícios físicos e psicológicos, através de conhecimentos milenares, vindos do oriente. Entre estas práticas, o Jiu-Jitsu, que significa ‘arte suave’ ganha destaque, por ser a mais antiga de todas e vir conquistando muitos adeptos no Brasil.

Nascido na Índia como uma forma de autodefesa, o Jiu-Jitsu foi desenvolvido por meio de uma técnica baseada nos princípios do equilíbrio e do sistema de articulação do corpo. Aqui, luta se aprimorou e o nosso país se tornou o centro mundial deste esporte, que consiste na imobilização do adversário por meio de chaves de braço e pernas, estrangulamentos, técnicas de rolamento e defesa.

Segundo o professor da academia paulistana Aquasport, Edgard Spedo, 'o Jiu-Jitsu diminui o estresse, desinibe os tímidos e acalma os agitados e ansiosos. Ele aumenta a auto-estima e a autoconfiança, trabalha todo o corpo, principalmente braços, ombros, abdômen e quadril, e ajuda a aumentar resistência física'. Como toda atividade aeróbica, o Jiu-Jitsu acelera o metabolismo e melhora a capacidade cardiovascular e respiratória, além de aumentar a flexibilidade, a coordenação motora e os reflexos.

Não há restrição quanto à prática. Homens e mulheres saudáveis, de qualquer idade, podem praticar Jiu-Jitsu. É possível eliminar 750 calorias por aula de nível básico; o gato calórico dobra no treinos avançados, chegando a 1500 calorias. Se você quer perder peso e melhorar a musculatura, ou se quer adquirir conhecimentos de defesa pessoal, o Jiu-Jitsu é o esporte certo.

Entrevista com quem entende

A aluna Adriana Zakzuk D’Angelo, de 28 anos, é faixa azul de Jiu-Jitsu e conta em entrevista exclusiva um pouco mais sobre a prática.

1) O que lhe motivou a praticar jiu jitsu, entre tantas outras modalidades de esportes e lutas?

Treino jiu jitsu há pouco mais de 3 anos. Sempre fiquei encantada pela luta e assistia campeonatos pela TV. Cheguei a fazer aulas de boxe e capoeira, mas nenhuma luta é tão completa quanto o jiu jitsu. Além trabalhar com o corpo, o jiu jitsu trabalha o raciocínio. Metaforicamente, seria como um jogo de xadrez: cada movimento do adversário abre um leque de opções ao lutador. A escolha dele tem influência direta no próximo movimento do adversário e, por conseqüência, no resultado da luta.

2) Quais os principais benefícios que você sentiu após iniciar a prática?

A princípio perdi peso e posteriormente ganhei massa muscular. A flexibilidade do corpo melhorou muito, pois o jiu jitsu modela e mexe praticamente com todo o corpo, mas o principal, diz respeito à filosofia de vida. Nenhum outro esporte traz melhora ao físico e a mente ao mesmo tempo. O jiu jitsu disciplina, ensina o respeito ao próximo, traz auto confiança, manda embora o stress. Eu saio renovada de cada treino!

3) Você sente algum preconceito por ser minoria mulher) no meio dos praticantes?

Não. Dentre os lutadores de jiu jitsu não existem preconceitos. Os homens demonstram bastante interesse em ensinar as mulheres. Acho que por sermos minoria e por sermos mais frágeis (fisicamente falando), despertamos uma curiosidade, como um desafio. O preconceito, vem daqueles que não conhecem a luta e dos que acreditam que as mulheres ficam masculinizadas por lutar, mas na verdade, a mulher não precisa se masculinizar para ser uma boa lutadora. O “agarra agarra” só é visto por quem está de fora. Para nós, é luta e técnica, não passa disso.

4) Você recomenda que outras mulheres pratiquem Jiu Jitsu?

Recomendo. Além de todos os benefícios que a arte traz ao corpo e a mente, nos dias de hoje, a defesa pessoal é imprescindível às mulheres

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