Com fama de agressivo, o Jiu-jítsu espanta um pouco o público feminino e as pessoas fora de forma. Contudo, o professor Murilo Santana (foto), da academia Fórmula, garante que isso é um mito. "Ele desenvolve o controle da agressividade e das emoções, ao contrário do que todo mundo imagina", esclarece Murilo. "É um esporte gostoso de praticar, mas não é bonito de assistir. Assim, para quem não conhece, dá a impressão de violência", explica ele, acrescentando que a atividade não é de apresentação para o público. "Uma coisa eu garanto: quem faz Jiu-jítsu entra em forma". Uma boa dica para começar é levar um amigo. Vocês aprendem juntos, não se machucam e emagrecem. A aluna Barrie Louise Habka (foto), de 19 anos, pratica há três e tornou-se campeã. "Eu não tinha formas, agora, meu corpo mudou. Fora isso, é bom de lutar e não tem nada de pesado ou voltado para a briga. É de paz", resume a atleta.
Muita gente tem vontade de começar a praticar um esporte, mas fica em dúvida no momento da escolha. Dentre tantas opções, as artes marciais são consideradas as mais completas, levando o praticante a obter benefícios físicos e psicológicos, através de conhecimentos milenares, vindos do oriente. Entre estas práticas, o Jiu-Jitsu, que significa ‘arte suave’ ganha destaque, por ser a mais antiga de todas e vir conquistando muitos adeptos no Brasil.
Nascido na Índia como uma forma de autodefesa, o Jiu-Jitsu foi desenvolvido por meio de uma técnica baseada nos princípios do equilíbrio e do sistema de articulação do corpo. Aqui, luta se aprimorou e o nosso país se tornou o centro mundial deste esporte, que consiste na imobilização do adversário por meio de chaves de braço e pernas, estrangulamentos, técnicas de rolamento e defesa.
Segundo o professor da academia paulistana Aquasport, Edgard Spedo, 'o Jiu-Jitsu diminui o estresse, desinibe os tímidos e acalma os agitados e ansiosos. Ele aumenta a auto-estima e a autoconfiança, trabalha todo o corpo, principalmente braços, ombros, abdômen e quadril, e ajuda a aumentar resistência física'. Como toda atividade aeróbica, o Jiu-Jitsu acelera o metabolismo e melhora a capacidade cardiovascular e respiratória, além de aumentar a flexibilidade, a coordenação motora e os reflexos.
Não há restrição quanto à prática. Homens e mulheres saudáveis, de qualquer idade, podem praticar Jiu-Jitsu. É possível eliminar 750 calorias por aula de nível básico; o gato calórico dobra no treinos avançados, chegando a 1500 calorias. Se você quer perder peso e melhorar a musculatura, ou se quer adquirir conhecimentos de defesa pessoal, o Jiu-Jitsu é o esporte certo.
Entrevista com quem entende
A aluna Adriana Zakzuk D’Angelo, de 28 anos, é faixa azul de Jiu-Jitsu e conta em entrevista exclusiva um pouco mais sobre a prática.
1) O que lhe motivou a praticar jiu jitsu, entre tantas outras modalidades de esportes e lutas?
Treino jiu jitsu há pouco mais de 3 anos. Sempre fiquei encantada pela luta e assistia campeonatos pela TV. Cheguei a fazer aulas de boxe e capoeira, mas nenhuma luta é tão completa quanto o jiu jitsu. Além trabalhar com o corpo, o jiu jitsu trabalha o raciocínio. Metaforicamente, seria como um jogo de xadrez: cada movimento do adversário abre um leque de opções ao lutador. A escolha dele tem influência direta no próximo movimento do adversário e, por conseqüência, no resultado da luta.
2) Quais os principais benefícios que você sentiu após iniciar a prática?
A princípio perdi peso e posteriormente ganhei massa muscular. A flexibilidade do corpo melhorou muito, pois o jiu jitsu modela e mexe praticamente com todo o corpo, mas o principal, diz respeito à filosofia de vida. Nenhum outro esporte traz melhora ao físico e a mente ao mesmo tempo. O jiu jitsu disciplina, ensina o respeito ao próximo, traz auto confiança, manda embora o stress. Eu saio renovada de cada treino!
Não. Dentre os lutadores de jiu jitsu não existem preconceitos. Os homens demonstram bastante interesse em ensinar as mulheres. Acho que por sermos minoria e por sermos mais frágeis (fisicamente falando), despertamos uma curiosidade, como um desafio. O preconceito, vem daqueles que não conhecem a luta e dos que acreditam que as mulheres ficam masculinizadas por lutar, mas na verdade, a mulher não precisa se masculinizar para ser uma boa lutadora. O “agarra agarra” só é visto por quem está de fora. Para nós, é luta e técnica, não passa disso.
4) Você recomenda que outras mulheres pratiquem Jiu Jitsu?
Recomendo. Além de todos os benefícios que a arte traz ao corpo e a mente, nos dias de hoje, a defesa pessoal é imprescindível às mulheres
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